quarta-feira, 28 de julho de 2010

Abrigos: solução ou parte do problema?

Julho 2010

Abrigos: solução ou parte do problema?
Parte dos protetores defende que eles teriam maiores chances nas ruas. Afinal, abrigo é viável no atual estágio da nossa sociedade?
A matéria do último Notícias da ARCA sobre a crise da Suipa gerou muitos comentários de leitores que elogiaram a abordagem de uma questão que para muitos é intocável. Essa discussão tem como objetivo melhorar e promover sempre o bem estar dos animais.
Leia alguns trechos dos comentários:
“Concordo plenamente quando dizem que pessoas bem intencionadas pensam em fazer um abrigo, pois eu também pensava assim. Pouco dinheiro e um espaço grande já era o suficiente. Mas nas dificuldades a gente não pensa”.

”Parabéns pela coragem de dizer o que muitos não querem ouvir. Em Niterói vejo se repetir o descaso de todos, em especial dos órgãos públicos com o abandono dos animais”.
“Texto excelente! Não é criando estoques de animais doentes, famintos, sem esperança que iremos mudar este contexto. Mas conscientizando a população. Dizendo não a comercialização desenfreada de filhotes. Não ao descaso de entidades públicas”.
Novas atitudes
A notícia que o Quintal de São Francisco fecharia suas portas surpreendeu e preocupou muita gente. Localizado em Parelheiros, periferia da capital paulista, o reconhecido abrigo não agüentou. Mas por que chegou ao fim?
“Foi uma decisão bem difícil, talvez a mais dolorosa da minha vida. Somos uma equipe cansada, enfrentando dificuldades diárias. Cumprir compromissos financeiros, oferecer qualidade no acolhimento, compreender a comunidade, captar recursos”, explicou Angela Caruso, que afirma que mudou a maneira de pensar. “Não suporto mais manter animais aprisionados, mesmo melhorando o local e as acomodações, estamos distantes de bem-estar animal. Fazemos o que achamos que é o melhor. E o que é melhor?” desabafa Angela.
Ainda com 164 cães e 45 gatos sob sua responsabilidade, hoje o Quintal de São Francisco exercita um lado difícil para a maioria dos protetores: dizer não.
Saber respeitar as próprias limitações é o mantra da médica Rosana Mercadante, responsável pelo abrigo Piccolina, situado em Avaré, município de 84 mil habitantes do interior de São Paulo. Segundo ela a cidade, tem uma população de 20 mil animais, entre rurais e urbanos, e possui cerca de 5 mil cães nas ruas, sendo que 30% (1.500) dessa estimativa é o principal foco do abrigo (fêmeas prenhes e não prenhes, ninhadas, idosos e deficientes físicos).
Referência para muitos protetores, o Piccolina tem uma estrutura que impressiona, são canis bem estruturados, alimentação de qualidade, área de triagem, consultório clínico e centro cirúrgico, espaço de lazer e até música ambiente para tranqüilizar os pets. Mas como um abrigo consegue manter essa condição?
“Quando decidi criar o Piccolina disse que iria fazer direito, para isso limitei o número de animais que conseguiria manter, independente das doações financeiras. São 350 cães e o número não passa disso”, e completa, “quando não temos vagas tratamos na rua mesmo, em lares transitórios até ser adotado ou abrir uma vaga”, explica Dra. Rosana.
Ao que tudo indica o Piccolina pode ser uma nova luz nesse cenário, mas a ânsia em ajudar oculta as armadilhas no caminho. A grande maioria dos abrigos brasileiros gasta tanta energia nos resgates, que o principal objetivo, a adoção acaba em segundo plano.
Nos EUA o centenário abrigo Denver Dumb Friends League demonstra que o americano foca sempre na busca por uma nova família para o pet. Alguns eventos chegam a conseguir 70 adoções em um único final de semana. Se aplicarmos essa lógica ao abrigo Piccolina, seriam 70 novas vagas por semana em um abrigo de qualidade. Um grande passo.
Visão técnica
Com as notórias deficiências do serviço público, abandonos, um oceano de carências, os abrigos são inevitáveis, mas assim como tudo na vida, precisam de regras para funcionar corretamente. Mesmo sem uma regulamentação, o Conselho Regional de Medicina Veterinária de SP (CRMV-SP) determina algumas condutas. “Os procedimentos em abrigos são os mesmos de um canil ou gatil, pois ambos possuem entrada e saída de animais”, esclarece a assessora do CRMV-SP, Thaís Cardoso.
Alguns importantes pontos do Manual de Responsabilidade Técnica do CRMV-SP determinam que as instalações de um canil devam ser individuais, de alvenaria, com área compatível com o tamanho do animal, paredes lisas, impermeabilizadas. O abrigo de gatos e animais de pequeno porte, deve ser em metal inoxidável ou com pintura anti-ferruginosa e não pode ser superposta a outra gaiola.
“Vários fatores devem ser observados para a garantia do bem estar animal. Como oferecer conforto térmico, acesso ao sol, alimentação adequada e instalações que atendam as necessidades, e as exigências legais quanto à manutenção da condição sanitária”, completa a assessora.
Os cuidados com a estrutura física são determinantes para o grau de salubridade do lugar. A triste crise da Suipa, que teve sua atual presidente reeleita, contradiz qualquer argumento de bom senso e bem estar. Dos animais que chegam ao abrigo o índice de mortalidade atinge 90%, ou seja, em cada dez animais apenas um sobrevive.
Mas para a responsável pelo Piccolina os abrigos ainda têm que driblar propostas incabíveis de certos protetores. “Eu não aceito doações em troca de vagas no abrigo, muitas pessoas querem que a gente recolha sem pensar em como o animal vai ficar e em como vamos mantê-lo”, denuncia Dra. Rosana. Será que a Suipa com a política de nunca dizer não, sofreu com as conseqüências dessa troca irresponsáve?
Reflexão
Pessoas envolvidas com abrigos no Brasil em sua grande maioria trabalham arduamente tentando tampar o sol com a peneira. Os ideais, como foi dito na última matéria, são nobres, mas não se muda um cenário tão caótico apenas com o coração.
Por que não importamos o pragmatismo dos americanos (não seus rodeios)? Ser racional não significa frieza, mas ter coragem para tomar decisões.
Viver amontoado com tantos outros, brigar pela comida, adquirir doenças ou transmiti-las, não desfrutar de companhia humana e morrer sem ninguém perceber. Não é uma vida digna, não é ser protegido e muito menos bem estar animal. Será que as pessoas que defendem isso pensam realmente na integridade do cão e do gato?

terça-feira, 20 de julho de 2010

Grupo Bichos Terapeutas no Orkut

Queridos,

O grupo Bichos Terapeutas está no Orkut.
Clique, participe, saiba mais sobre esse assunto.

Beijos.

Leishmaniose

POR QUE TRATAR?

André Luis Soares da Fonseca
M.V. Mestre em Imunologia
Professor Adjunto da UFMS

Sinteticamente, as razões que fundamentam o tratamento da leishmaniose visceral canina (LVC) são consistentes e de várias ordens, quais sejam:

1) técnica; 2) ética; e 3) jurídica.

Ordem técnica: o tratamento da LVC leva à cura clínica da doença, podendo a sorologia continuar positiva, o que apenas indica um prévio contato com o parasita, como acontece em outras doenças por protozoários, como na toxoplasmose e na doença de Chagas. Há um amplo arsenal de medicamentos que podem ser utilizados e o preço do tratamento, dependendo das drogas, é bem acessível. O receio de resistência medicamentosa é inerente no tratamento de qualquer doença infecciosa e não se justifica. O combate à LVC reside no controle do vetor. Se na dengue o controle do vetor é suficiente, por que para a LVC não é?

Ordem ética: os animais merecem o respeito e o amor dos seus proprietários, que podem e devem utilizar os medicamentos disponíveis para tratar estes que, muitas vezes, são os únicos companheiros e amigos.

Ordem jurídica: o proprietário tem direito a tratar do seu animal, como tem de defender a sua propriedade (direito constitucional) , pois o cão é tido muitas vezes como um membro da família, portanto, um bem jurídico especial.

E-mail: afonseca@nin. ufms.br

Abordagens Atuais no Tratamento da Leishmaniose Visceral Canina - http://fielamigo. com.br/trata/
Instituto Nina Rosa - Projetos por amor à vida
Organização independente sem fins lucrativos
http://www.institut oninarosa. org.br

Para receber este informativo, cadastre seu e-mail em http://migre. me/NKtt

segunda-feira, 12 de julho de 2010

Animals Matter - Espalhe pela internet: Faça algo agora!

Animals Matter - Espalhe pela internet: Faça algo agora!

Defenda os animais domésticos no Brasil. - WSPA - Sociedade Mundial de Proteção Animal

Defenda os animais domésticos no Brasil. - WSPA - Sociedade Mundial de Proteção Animal

Quadradinhos a venda!!!

Pessoal,

O site Bichos do vale está com uma ideia ótima para arrecadar fundos em prol dos animais acolhidos pelos protetores: venda de quadradinhos. Acesse o link abaixo e ajude!!!

http://bichosdovale.wordpress.com/

Nós do Grupo ajudamos e esperamos que vcs façam o mesmo, em prol dos animais abandonados!!!

beijos!

ADOTE UM CAVALO DO CCZ DE SÃO PAULO


InfoSentiens

11/07/2010

ADOTE UM CAVALO DO CCZ DE SÃO PAULO




Baseado em mensagem enviada pela Sozed / Projeto Anjo dos Cavalos

Cavalos e outros animais de grande porte soltos nas ruas podem provocar acidentes fatais. Por outro lado, animais de tração costumam sofrer incríveis abusos e maus-tratos por conta da ignorância ou maldade de seus donos. No município de São Paulo existe uma lei que determina o recolhimento desses animais pelo CCZ - Centro de Controle de Zoonoses.


No caso de cavalo solto basta notificar o CCZ, que este enviará caminhão de transportes para recolher o animal. Em caso de maus-tratos é necessário que alguém denuncie, que tome as providências policiais e/ou judiciais cabíveis e depois chame o CCZ.

Os animais apanhados pelo CCZ lá permanecem por cinco dias úteis, aguardando um possível resgate, através de pagamento de multa. Vencido este prazo, são doados a uma Instituição protetora de animais (quem vem se responsabilizando por isso é o Quintal de São Francisco). Através de uma voluntária, os animais serão tratados e depois repassados para pessoas que tenham propriedades rurais (sítios, chácaras ou fazendas fora da área urbana do município), que assinem um termo de compromisso se responsabilizando pelo seu bem-estar. Uma espécie de " fiéis depositários" ...

Assinale-se que esse trabalho vem sendo desenvolvido desde 1995, com o advento da Lei municipal 11.887 (21-09- 95), a qual impede o tráfego de animais na zona urbana do município de São Paulo. Ocorre que os animais, quase sempre cavalos, chegam às dependências da Prefeitura em péssimo estado: desnutridos, infestados de parasitas, doentes, feridos, exauridos...à s vezes até mutilados! Fatos que todos nós, protetores e ambientalistas, tão bem conhecemos! Nessas situações, os cavalos irão precisar de trato, assistência médico-veteriná ria, alimentação. Serão, então, encaminhados a pessoas previamente selecionadas, que preencham os quesitos necessários para cuidar do animal.

SEJA O GUARDIÃO DE UM CAVALO!

Aguardamos GUARDIÕES RESPONSÁVEIS, que tenham um espaço rural e que possam receber um ou mais cavalos. Quero ressaltar que este trabalho constitui uma atividade dinâmica, constante, no CCZ. Não tem fim; embarcam-se cavalos, outros estão chegando... Quando o animal é bonito, muita gente quer; os mais feinhos, defeituosos, ficam sobrando, é triste se lembrarmos que as baias são poucas, o espaço é pequeno e que as dificuldades na manutenção dos animais são muitas. Mais: existem os chamados " amadrinhados" , dupla de cavalos (às vezes mais que uma dupla, pode ser mãe e filho) que vieram de uma mesma origem, têm vínculos, uma relação de dependência onde um não vive sem o outro. Nós, protetores, temos sensibilidade para saber que não podemos separá-los, quem levar um vai ter que levar o outro também, mas isso nem sempre acontece, precisamos segurar a situação!

Para adotar

E-mails: sozedsp@terra. com.br / pac@anjodoscavalos. org.br
Fones: (11) 9299-3053 / 9617-1853

APOIE AS CAMPANHAS SENTIENS PELOS ANIMAIS

Criação da 1ª Promotoria de Defesa Animal
http://www.sentiens .net/promotoria- de-defesa- animal/peticao

Contra a liberação dos maus-tratos aos animais
http://www.sentiens .net/liberacao- maus-tratos/ peticoes

sexta-feira, 9 de julho de 2010

Os cães de Banting e Best e a descoberta do diabetes em humanos

InfoSentiens

07/07/2010

Os cães de Banting e Best e a descoberta do diabetes em humanos

Introdução

O diabetes figura entre uma das mais citadas justificativas para a continuidade da experimentação em animais; muitos defendem que sem tais experiências, jamais teríamos hoje o conhecimento para compreender qual seria a causa do diabetes e encontrarmos a cura através da insulina. Curiosamente, o experimento conduzido por Frederich Grant Banting e seu ajudante Charles Herbert Best, considerados hoje os elucidadores do mistério, sofreu severas críticas de seus colegas na época. Segundo Roberts (1922), seus experimentos foram “mal concebidos, mal conduzidos e mal interpretados”.

O experimento de Banting e Best

Banting e Best receberam o prêmio Nobel de Medicina e Fisiologia de 1923, por haverem amarrado o canal pancreático de cães vivos e, após sete semanas, sacrificarem os animais, desta forma tentando extrair-lhes hormônios do pâncreas. O motivo pelo qual o pâncreas dos animais foram amarrados é que desta forma, eles lentamente atrofiariam, e todas as suas células morreriam, menos as das Ilhotas de Langherhans, que hoje se sabe, produzem insulina. Isto foi feito, segundo Asimov, porque suspeitava-se que o hormônio seria uma proteína, que poderia ser danificada pelas enzimas do pâncreas.

Muitos cientistas questionaram a afirmação de autoria das descobertas que são atribuídas a Banting e Best, como no artigo do patologista americano Dr. M. Barron (1920), em que descreve a autopsia de um paciente que morreu de litíase pancreática: “Os cientistas Banting e Best foram incorretamente creditados com a descoberta da insulina”. As dúvidas recaem justamente sobre a forma como um determinado sintoma é induzido em uma situação experimental, o que embora aparente a doença a ser estudada, não serve de modelo para a situação clínica. McLean (1923) escreve que “infelizmente, a condição de um cão com uma pequena, porém saudável, parte de seu pâncreas é essencialmente diferente daquela de uma pessoa sofrendo de diabetes...em humanos, o diabetes se apresenta através de dois fatores: (1) uma lesão progressiva essencialmente ausente em animais experimentais; e (2) o efeito decorrente de dieta imprópria”. Young (1948) diz que “não existe forma de induzir-se o diabetes...que seja exatamente comparável à condição clínica. No máximo podemos obter apenas aproximações cruas. O perigo de aplicar-se de uma espécie para outra, ou de uma linhagem para outra dentro de uma mesma espécie não pode ser negligenciado”. Young (1951) afirma ainda que “argumentos baseados no requerimento de insulina de cães e gatos despancretizados aplicados ao diabetes humano são quantitativamente perigosos”.

E se, como afirmam, os experimentos de Banting e Best teriam nos elucidado a causa e efeito do diabetes já na década de 1920, parece curioso que, em 1960, Keen ainda admitisse que “as causas do Diabetes Mellitus continuam desconhecidas tanto em humanos quanto em animais. Exceto por certas similaridades entre as espécies, há um número de diferenças importantes; diferenças em manifestações clínicas, em fatores etiológicos e a atuação de certas complicações a longo prazo”. Aichelburg (1974) escreve: “Quanto mais estudamos o diabetes, mais descobrimos os aspectos contraditórios desta doença. Há 50 anos, quando a insulina foi descoberta, achamos que o mistério do diabetes houvesse sido resolvido. Mas hoje o mistério continua ainda mais misterioso.”

A verdadeira descoberta do diabetes

Mas se não Banting e Best, quem mais poderia ter descoberto a associação entre o pâncreas e o diabetes? Segundo Bayly, a associação entre o diabetes e as alterações degenerativas nas células Beta do pâncreas já era bem conhecida através de experiências clínicas muito antes que se fizessem experimentos com animais. Em 1788, Thomas Cawley realizou a autópsia de pacientes que morreram de diabetes e verificou anomalias no pâncreas (Jackson & Vinik, 1977; BUAV M:10). Autópsias posteriores demonstraram a mesma coisa, as Ilhotas de Langerhans estavam muito danificadas ou completamente ausentes em pacientes com diabetes, mas devido ao fato de que Claude Bernard e outros cientistas não conseguiram demonstrar os sintomas em animais experimentais extirpando-lhes o pâncreas, a idéia não foi aceita durante anos (Volk & Wellman, 1977; BUAV M:10)

A idéia só foi amplamente aceita quando dois cientistas conseguiram extirpar com sucesso o pâncreas de cães, induzindo-lhes sintomas semelhantes aos do diabetes. Estes cientistas não eram Banting e Best, mas sim Mering e Minkowski, em 1889 (Volk & Wellman, 1977; BUAV M:10). “Confirmado” então que o diabetes estava associado às células de Langerhans danificadas, os cientistas supuseram que o fornecimento de extratos de tecido saudável pudessem curar o mal (Zeuler,1908), seguiu-se então um período em que extrato de pâncreas foi fornecido tanto para animais experimentais quanto para cobaias-humanas, não representando porém nenhum efeito benéfico, pelo contrário, o extrato possuía alta taxa de toxicidade (Singer & Underwood, 1962; Jackson & Vinik, 1977). Posteriormente o bioquímico Collip obteve um extrato purificado um pouco mais efetivo e um pouco menos tóxico (BUAV M:10; Sharpe, 1988).

“O propósito de isolar do pâncreas o princípio ativo que o prof. Schafer, um fisiologista renomado, já havia denominado insulina em 1915” foi, segundo Bayly, “repetida por Banting, que demonstrou isto em um colega médico seu que sofria da doença. No entanto, os experimentos que Banting realizou em milhares de cachorros não provaram nada de valor para a medicina humana, desde que, como é reconhecido cientificamente, os cães não sofriam de diabetes”, e sua conclusão é que “a descoberta, isolamento e aplicação de insulina são clínicas.”

Então, se não era de diabetes, de que mal sofriam os cães de Banting e Best? Muitos cientistas reconhecem que os cães de Banting e Best realmente não sofriam de diabetes, mas sim de estresse. O estresse, segundo Pratt (1954), tem sintomas muito parecidos com os do diabetes: “O Dr. Banting, herói da medicina canadense, que é popularmente creditado com a descoberta da insulina pela extirpação de pâncreas de milhares de cães, não causava diabetes, mas estresse”. Outros autores (Robinson e Fuller, 1984), confirmam que situações de estresse podem induzir sintomas semelhantes ao diabetes também em humanos: “É sabido que a obesidade, as drogas, os remédios, a hereditariedade, grande aflição, raiva, medo e estados emocionais extremos podem causar diabetes”.

Modelos animais para o diabetes

Os animais modelo usados na pesquisa do diabetes são criados à partir da remoção ou danificação do pâncreas, induzindo-se assim uma condição com sintomas semelhantes à doença. Os animais mais utilizados são os ratos, camundongos, coelhos, cães, porcos, ovelhas e macacos.(BUAV M:10) As vezes o pâncreas é completamente ou parcialmente removido cirurgicamente; há ainda a indução química, através de drogas como a estreptozotocina, a infecção proposital por vírus especiais sem falar em animais manipulados geneticamente para desenvolver a doença, como os ratos da linhagem BB e o camundongo NOD (non-obese diabetic). (Hageman & Buscard, 1994) Estes animais, desenvolvendo a doença ou não, possuem uma predisposição a infecções e problemas linfopoéticos, que freqüentemente resultam em morte. Com tão poucos linfócitos-T e deficiência nas reações imunes mediadas por linfócitos, é claro que há um defeito imunorregulador; isto não ocorre em humanos. (Hageman & Buscard, 1994). Muitas vezes os rins dos animais também são danificados artificialmente, já que o diabetes está associado à insuficiência renal.

A rápida indução do estado de diabetes por qualquer destes meios que seja em animais experimentais não tem relação com o diabetes humano, que se desenvolve com o tempo, através da duração de vida do paciente. Seria, banalizando o caso, como induzir-se uma gripe em animais experimentais jogando alergênicos em seus focinhos para vê-los espirrar, os sintomas são semelhantes, mas não podemos dizer que se trata realmente do mesmo problema. Mais seriamente, nem mesmo a inoculação do agente etiológico no animal experimental nos traria resultados satisfatórios, pois a doença se comportaria diferentemente nos dois hospedeiros.

Forslund (1997) efetuou um levantamento bibliográfico sobre o assunto, encontrando que “na literatura da medicina e veterinária, algumas doenças de espécies diferentes recebem o mesmo nome, ainda que sua manifestação clínica, etiológica, patogênese e tratamento coincidam em apenas alguns, mas não muitos, pontos.” Citou como bons exemplos disso o Diabetes Mellitus e a Artrite Reumatóide: “o DM e a AR são nomes dados a duas sindromes diferentes que ocorrem no homem, no cão, no gato, no camundongo e no gado. No entanto, os sintomas clínicos e etiológicos tanto da AR quanto do DM não são idênticos em nenhum dos vários animais e no homem.”

Forslund (1997) ainda conclui: “Estamos falando da mesma doença? Como as condições referidas na literatura, a AR e o DM no homem, no cão, no gato, no rato, no camundongo e no gado não têm provavelmente a mesma etiologia e patogênese, a extrapolação de resultados referentes à etiologia e patogênese de uma espécie pode ser difícil e desaconselhável... A melhor maneira de elucidar a causa de uma doença é estuda-la na espécie e no ambiente em que ela naturalmente ocorre. O fato de que os estudos epidemiológicos são de máxima importância para identificar-se a causa da doença é confirmada pela diferença de incidência da doença em gêmeos homozigóticos.”

Mesmo a utilização de animais geneticamente manipulados é duvidosa “podendo ser comparada simbolicamente, àquilo que ocorre quando o comportamento de animais selvagens é comparado com o comportamento de animais da mesma espécie em cativeiro. Pode-se determinar as reações naturais de um urso polar ao ambiente em um zoológico. Pode-se observá-lo em seus movimentos, mas jamais se pode ter certeza de que isto é natural. Em animais e no homem, a fisiologia e os sistemas enzimáticos são diferentes, produzindo metabólitos diferentes e diferentes parâmetros de doenças, tornando virtualmente impossível de se predizer a existência de fatores desconhecidos que podem afetar interações genéticas nestes sistemas e induzir a doença em uma espécie em particular.”

O fato de que a extrapolação não pode se dar de modelos animais para o homem não é segredo também entre aqueles que lidam diretamente com a exploração animal: Em 1951, o prof. Houssay da Fundação CIBA, em Londres, advertiu sua equipe, que estudava a influência de hormônios sexuais na incidência e severidade do diabetes experimental em ratos, para que não aceitassem os resultados de outros animais ou mesmo de humanos. Muitos autores criticam a ignorância quanto às diferenças no metabolismo em tecidos de animais de diferentes espécies, bem como o estudo em modelos animais sobre o decréscimo de açúcar no sangue humano (Brahn, 1940).

Experimentos em animais salvam a vida dos diabéticos?

Mas pensaria-se que, ainda que o uso de animais não tenha sido útil para a descoberta do diabetes, poderia tê-lo sido na descoberta de sua cura. Antes de mais nada vale lembrar que o diabetes ainda hoje não tem cura, e provavelmente continuará não tendo enquanto os esforços dos cientistas se dirigirem para a pesquisa de seus sintomas em animais experimentais ao invés de pesquisas sobre suas causas em pacientes clínicos.

Quanto à insulina administrada em doentes, muitos cientistas concordam que os remédios (como o nome já diz) apenas remediam o mal que está por vir, mascarando seus sintomas e fornecendo ao organismo a falsa sensação de bem estar. Segundo McDonagh (1932), “o diabetes é o sintomas, não a doença, e a insulina...não faz mais do que mascarar este sintoma. A droga não elucida a causa, não atua da maneira descrita e, tendo a causa sido descoberta e erradicada, como pode ser, não haverá mais necessidade de utilizá-la.” Rostant (1963) escreve que “os remédios cultivam a doença. A situação de saúde é piorada. As terapêuticas são um provedor das doenças, criam indivíduos que terão de dispor de recursos para (sustentar) elas. Um exemplo impressivo é o diabetes hereditário. Desde a descoberta da insulina tem crescido marcadamente” .

De fato, para a produção da insulina a princípio foram necessários animais como porcos e vacas. Hoje a insulina é quase que totalmente obtida de microorganismos manipulados, embora animais ainda sejam explorados para testá-la. Os efeitos da insulina, tanto animal quanto microbiana, têm sido descritos por diversos autores: Notkins (1979) descreve que “os efeitos colaterais do tratamento com insulina incluem não raramente uma incidência de ataques cardíacos, derrame, insuficiência renal e gangrena. Isto se dá, segundo alguns médicos, devido à utilização de insulina animal de natureza estranha ao corpo humano”. A insulina produzida in vitro também têm recebido severas críticas. Após tantos anos de experiências em animais, a experiência clínica mostra que a insulina não é nem um bom remédio e nem representa um ganho significativo na prevenção do diabetes, mas é sim apenas um cansativo substituto terapêutico. Quanto mais avançamos o estudo da história da medicina, mais vemos que o triunfo real da medicina é a conclusão tirada pela observação do paciente apresentando o fenômeno em sua condição natural e “não através da ação confusa de cientistas, que concluem à partir de fenômenos criados artificialmente em animais (Dr.Walker apud Ruesch,1989......).

Mas o que devemos fazer, deixar de aplicar insulina em diabéticos? Escreve Mendelsohn: “É bem conhecido por médicos eminentes de campo que 90% de todos os diabéticos que fazem uso de insulina não deveriam fazê-lo. A insulina, quando fornecida por muitos anos, pode ser a responsável por complicações posteriores do diabetes, cegueira e gangrena diabética. É bem possível que mais pessoas tenham sido mortas do que tenham sido salvas (por este tratamento) em todos estes anos”. Em 1928, já se alertava sobre os riscos da aplicação de insulina (Current Topics, 1928), afirmando categoricamente não haver razão para seu uso; em 1982, a Scientific American alertava sobre os indícios de que a insulina pudesse ser a responsável pelo alto nível de cegueira em diabéticos.

O estudo mais completo sobre a ação de drogas sobre o diabetes humano foi um trabalho de oito anos conduzido nos EUA, na década de 60. Seu objetivo: Comparar o progresso de pacientes sofrendo de diabetes. Os tratamentos consistiram em insulina, drogas orais, placebo e dieta apropriada. Após cinco anos de tratamento, concluiu-se que nenhuma das drogas, inclusive a insulina, teve qualquer efeito benéfico sobre os pacientes...porém a dieta funcionou bem. Deste estudo concluiu-se ainda que deveriam ser proibidas algumas drogas ligadas a problemas cardíacos, como a fenformina e a tolbutamida, que ainda podem ser encontradas no mercado com outros nomes (e sem advertência quanto ao seu uso) (Shen & Bressler, 1977; Ingliss, 1983; British Medical Association and Pharmaceutical Society of Great Britain, 1983; Weitz, 1990)

De acordo com a OMS, na virada do século serão mais de 175 milhões de diabéticos em todo o mundo, seria como se toda a população brasileira fosse diabética. Parece estranho que continue a se defender o uso de animais na pesquisa do diabetes, alegando-se a sua necessidade para salvar vidas humanas, quando as estatísticas mostram que atualmente muito mais gente morre de diabetes do que ocorria em 1900, vinte e dois anos antes da proliferação da insulina. (Ruesch, 1978) Desde a introdução de drogas para o diabetes, na década de 50, a taxa mundial de mortes pela doença aumentou. Não seria uma mudança em nossos hábitos de vida no último século que teriam proliferado a doença? Se animais são úteis e necessários para encontrar a cura do diabetes, porque tantos anos de vivissecção não conseguiram produzir um único resultado confiável? Será que a cura não estaria na prevenção do mal?

O que realmente sabemos sobre o diabetes?

Após mais um século de pesquisas na área, tudo o que sabemos sobre o diabetes até então provém de autópsias e estudos clínicos. O termo diabetes deriva do grego, e significa algo como “passar através”, uma vez que um de seus sintomas é a produção continua de urina, como se a água passasse através de todo o organismo de uma vez. Sabe-se que é uma doença incurável, associada a obesidade em adultos e que por séculos foi considerada uma doença de ricos e bem nutridos (na verdade “super-nutridos”). O diabetes apresenta-se em duas formas: O diabetes juvenil (ou insulino-dependente) e o outro diabetes (as vezes chamado “diabetes adquirido”), encontrados em uma proporção de 15 e 85%, respectivamente. O diabetes juvenil possivelmente inclui infecções virais, doenças glandulares e algum fator hereditário.

A doença é sintoma de uma dificuldade do pâncreas endócrino em produzir a quantidade suficiente de insulina de que necessita, ou ainda a falta de habilidade dos tecidos de utilizarem o açúcar presente no sangue, mesmo em presença de insulina. Da insulina, sabemos que é o hormônio que possibilita a glicose de penetrar as células do organismo. Se a glicose não entra nas células ela permanece na corrente sangüínea e sai com a urina, daí o nome Mellitus, como mel. Uma urina muito doce (glicosúria), significa desidratação, daí ser um dos sintomas do diabetes a contínua sensação de sede.

O organismo não podendo absorver a glicose do alimento acaba tendo de subsistir com suas reservas de gordura, o que libera corpos cetônicos e acidifica. Esta acidose, somada à desidratação pode levar ao coma ácido-cetósico. A maior parte das complicações do diabetes estão ligadas à microangiopatia (uma ameaça aos pequenos vasos sangüíneos) e a ateromatose (uma ameaça a todos os vasos do corpo, incluindo os de grande calibre). Tanto uma como outra complicação podem levar ao infarto do miocardio.

Para evitar-se o diabetes, recomenda-se a adoção de um regime vegetariano, livre de gorduras saturadas e açucares em excesso (André, 1991; Melina et al., 1998) A Associação Americana de Dietética recomenda o regime vegetariano aos diabéticos, devido à sua riqueza em fibras, o que freia a reabsorção da glicose no intestino (André, 1991, Melina et al., 1998). Outros motivos também estão envolvidos nesta recomendação: A Academia Americana de Pediatria registrou em 1994 mais de 90 artigos científicos ligando o leite de vaca ao diabetes. Concluíram que, ao contrário do que se pensa, a doença não tem apenas origem genética; mas fatores ambientais como a dieta tem papel decisivo. A administração do leite de vaca para bebês nos primeiros meses de vida teria ação decisiva no desenvolvimento da doença. A teoria aceita seria que o leite de vaca possui uma proteína com uma seqüência de 17 aminoácidos que desencadeariam a produção de um anticorpo que agiria não apenas sobre a proteína do leite, mas sobre as células de Langerhans. Embora entre 20 e 30% das crianças sejam geneticamente suscetíveis ao diabetes, a maioria não desenvolve a doença.

Alternativas à pesquisa em animais

Defensores da pesquisa animal jamais deixarão de rezar o antigo chavão: “Se não pesquisarmos em animais, vamos pesquisar em que, em gente?” A resposta é sim, sem qualquer constrangimento. Pesquisar em seres humanos pode ser ético ou anti-ético, e desde que a pesquisa se desenvolva com o claro consentimento do paciente, e obedeça a toda uma serie de normas estabelecidas para prevenir abusos, pesquisar em seres humanos é não apenas possível como desejável. Os vários agentes infecciosos a que estamos expostos como os vírus, bactérias e parasitas, são geralmente muito espécie-específicos. Infecções interespecíficas que ocorrem são a exceção. Manipular animais geneticamente para que adquiram nossas doenças é perda de tempo e dinheiro. Os cientistas estão batendo de frente com a ponta de um iceberg, onde o entendimento de todos os mecanismos da fisiologia básica e patologia de humanos ainda estão ocultos.

Resta optarmos pela pesquisa ética e de bom senso: Para estudarmos o diabetes humano, podemos dispor de um arsenal de métodos In vitro, e simuladores fisiológicos. A pesquisa em seres humanos pode se dar tanto no campo dos estudos clínicos como dos estudos epidemiológicos, onde a hereditariedade, o ambiente, o estilo de vida e os hábitos alimentares são elucidados e analisados. Tais métodos não causam dor e nem constrangimento, e por outro lado são muito mais válidos e conclusivos que qualquer modelo animal na resposta às nossas perguntas.

Conclusão

Existe uma especial tendência em apologizar o trabalho de cientistas que procederam de maneira anti-ética no passado, justificando que para os parâmetros éticos de sua época, estes não agiam de forma errônea. Este tipo de protecionismo frustrante não encontra razão de ser, especialmente porque este tipo de proceder sempre foi criticado, em qualquer época. Mesmo nos dias de hoje, apesar do pretenso esforço em amenizar seu sofrimento, animais continuam a ser torturados desnecessariamente em laboratório. No futuro, quando realmente se realizar um balanço e concluir-se que toda esta pesquisa de nada valeu, certamente a memória de cientistas contemporâneo será protegida por novos protecionistas, alegando que não sabíamos o que fazíamos. No entanto sabemos o que fazemos, a vivissecção já vinha sendo criticada no século XIX, e continua a sê-lo cada vez mais atualmente.

Apenas como um adendo, o Dr. Banting, homenageado como prêmio Nobel em 1923, após mais de duas décadas extirpando pâncreas caninos, mudou em 1940 sua linha de pesquisa para o desenvolvimento de armas biológicas, como insetos carreadores de doenças humanas, sprays contendo bactérias mortais, etc (Bryden,1991). Será que o Dr. Banting não sabia o que fazia?

Referências

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André, J. Equilibrio Nutricional do Vegetariano São Paulo: Manole, 1991.

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Bryden, J. Deadly Allies: Canada’s Secret War, 1937-1947 McClelland & Stewart, 1991.

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Hageman, I. & Buschard, K. “Diabetis Animal Models” In: Handbook of Laboratory Animal Science Vol. II (ed. By Sueden & Jau)

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Rostant, J. “Le Droit D’etre Naturaliste” Paris: ed. Stock, 1963.

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Walker, G.H. membro da Sociedade Real de Medicina apud Ruesch,1989

Weitz, M. Health Shock, Hamlyn Ltd, 1990

Young, F.G. Metabolism in experimental diabetes mellitus Lancet, 2:955-961, 1948

Young F.G The experimental approach to the problem of diabetes mellitus British Medical Journal,2: 1167-1173, 1951

Sérgio Greif - sergio_greif@yahoo.com

Biólogo, mestre em Alimentos e Nutrição, membro fundador da Sociedade Vegana, autor de livros, artigos e ensaios referentes à experimentação animal, aos métodos substitutivos ao uso de animais na pesquisa e na educação, à nutrição vegetariana, ao modo de vida vegano e aos direitos animais, entre outros temas.

segunda-feira, 5 de julho de 2010

CAVALOS CCZ PRECISAM SER ADOTADOS! PRECISAMOS DE AJUDA URGENTE!

Olá pessoal

O CCZ (Centro de Controle de Zoonoses) de São Paulo, através da Sônia e Cynthia Fonseca, fazem um trabalho exemplar com os cavalos que são recolhidos nas ruas da cidade.

Porém, esses animais, que chegam sempre em estado deplorável e são recuperados, precisam ser ADOTADOS!

Dessa forma, solicito para que divulguem essa informação à pessoas que tenham sítios, fazendas, espaços rurais e que queiram adotar cavalos (que gostem e tratem bem os animais, ou sejam pessoas que sejam DONOS RESPONSÁVEIS).

Segue abaixo o histórico do trabalho que o CCZ faz com esses animais, o apelo, e a lista de cavalos que estão para adoção.

Obrigada
Abraço à todos
Danielle Simas
dansimas@ig.com.br

CAVALOS CCZ PRECISAM SER ADOTADOS! PRECISAMOS DE AJUDA URGENTE!

CONTATOS COM: Sônia Fonseca 011- 92993053 Cynthia Fonseca 011-96171853

Podem também enviar recado urgente por E-mail: sozedsp@terra.com.br

Colegas,

Cavalos e outros animais de grande porte soltos nas ruas podem provocar acidentes fatais. Por outro lado, animais de tração costumam sofrer incríveis abusos e maus tratos por conta da ignorância ou maldade de seus donos. Seja qual for o caso, no município de São Paulo existe a Lei municipal 10.309 (22-04-87) que determina o recolhimento desses animais pelo CCZ-Centro de Controle de Zoonoses de São Paulo.

No primeiro caso, basta notificar o CCZ, que este enviará caminhão de transportes para recolher o animal. Em caso de maus tratos, é mais complicado; é necessário que alguém denuncie, que tome as providências policiais e/ou judiciais cabíveis e depois chame o CCZ.

Os animais apanhados pelo CCZ lá permanecem por cinco dias úteis, aguardando um possível resgate, através de pagamento de multa. Vencido este prazo, são doados a uma Instituição protetora de animais (quem vem se responsabilizando por isso é o Quintal de São Francisco). Através de uma voluntária, os animais serão tratados e depois repassados para pessoas que tenham propriedades rurais (sítios, chácaras ou fazendas fora da área urbana do município), que assinem um termo de compromisso se responsabilizando pelo seu bem-estar. Uma espécie de " fiéis depositários"...

Assinale-se que esse trabalho vem sendo desenvolvido desde 1995, com o advento da Lei municipal 11.887(21-09-95), a qual impede o tráfego de animais na zona urbana do município de São Paulo. Ocorre que os animais, quase sempre cavalos, chegam às dependências da Prefeitura em péssimo estado: desnutridos, infestados de parasitas, doentes, feridos, exauridos...às vezes até mutilados! Fatos que todos nós, protetores e ambientalistas, tão bem conhecemos! Nessas situações, os cavalos irão precisar de trato, assistência médico-veterinária, alimentação. Serão, então, encaminhados a pessoas previamente selecionadas, que preencham os quesitos necessários para cuidar do animal.

PEDIDO: é nesta fase que eu venho recorrer a vocês, que nos ajudem a procurar:

DONOS" RESPONSÁVEIS,

que tenham um espaço rural e que possam receber um ou mais cavalos. Quero ressaltar que este trabalho constitui uma atividade dinâmica, constante, no CCZ. Não tem fim; embarcam-se cavalos, outros estão chegando... Quando o animal é bonito, muita gente quer; os mais feinhos, defeituosos, ficam sobrando, é triste se lembrarmos que as baias são poucas, o espaço é pequeno e que as dificuldades na manutenção dos animais são muitas. Mais: existem os chamados " amadrinhados", dupla de cavalos (às vezes mais que uma dupla, pode ser mãe e filho) que vieram de uma mesma origem, têm vínculos, uma relação de dependência onde um não vive sem o outro. Nós, protetores, temos sensibilidade para saber que não podemos separá-los, quem levar um vai ter que levar o outro também, mas isso nem sempre acontece, precisamos segurar a situação!

LISTA DE CAVALOS QUE ESTÃO PARA ADOÇÃO NESTA SEMANA:

Cavalos para adoção no CCZ 12-07-2004 – Nº 93- Macho castanho, idoso. Muito dócil, amadrinhado com o nº94, que é uma fêmea castanha, jovem (potra), baixinha. -nº 97-macho tordilho (branco salpicado de cinza). -nº -macho castanho, com um problema na pata anterior direita. Jovem. -nº -macho castanho, jovem, magro, mas pela sua constituição física pode-se dizer que vai ficar lindo! -nº80 fêmea castanha com mancha branca no focinho. É mãe da potra castanho claro, nº 81. A mãe está em estado de prenhez. Mãe e filha são inseparáveis. -nº95 fêmea castanha, jovem (potra). É O CASO MAIS PROBLEMÁTICO, no momento, pois tem uma pata posterior totalmente defeituosa (foi fraturada e consolidada de maneira imprópria) e quadril deslocado. Muito dócil, precisa de carinho e um espaço que tenha sempre gente por perto, não pode ficar solta no campo, pois se cair não pode levantar sem ajuda... É preciso uma pessoa muito sensível para querer este bicho (ela é linda!). -nº98- macho tordilho, ferimento no pescoço que está sendo tratado. Jovem. -nº92-fêmea tordilha, jovem, dócil. Chegou ao CCZ em péssimas condições. Está sendo tratada, fizeram-na levantar... Pessoal, estes são os casos que temos HOJE. Há um bando aguardando resgate que, se não acontecer em tempo hábil, virá para nossas mãos. Quando saí de lá, o caminhão estava chegando com mais cavalos...

PRECISAMOS DE AJUDA URGENTE!
Podem também enviar recado urgente por E-mail: Sozedsp@terra.com.br
Sônia Fonseca 011- 92993053 Cynthia Fonseca 011-96171853



“Os animais existem por suas próprias razões. Eles não foram feitos para servir aos humanos; assim como os negros não foram feitos para servir aos brancos ou as mulheres para servir aos homens”. (Alice Walker)

sábado, 3 de julho de 2010

PODE A CIÊNCIA QUE SE UTILIZA DE ANIMAIS SER CONSIDERADA ÉTICA?

InfoSentiens

02/07/2010

PODE A CIÊNCIA QUE SE UTILIZA DE ANIMAIS SER CONSIDERADA ÉTICA?

Em sua tentativa de tornar a experimentação animal algo mais aceitável pelo público os defensores da vivissecção frequentemente recorrem a argumentos de ordem ética. Informam, por meio de sua propaganda, o quanto a ciência dos animais de laboratórios evoluiu nos últimos tempos, a ponto dos laboratórios de hoje em nada lembrarem as câmaras de tortura de outrora, que tanto proporcionaram em termos de material fotográfico para as campanhas anti-vivissecçã o.

A alegação, em verdade uma agressão à inteligência do público, quer fazer as pessoas crerem que os ratos de laboratório levam, atualmente, vida de reis. Cientistas graduados precisam usar de subterfúgios para convencer o público de que aquilo que eles fazem não é errado. E os argumentos são os mais pobres possíveis “Ratos de laboratório recebem ração balanceada e água limpa à vontade. É muito mais do que ratos em vida livre recebem; Ratos de laboratório vivem vidas confortáveis, em ambientes limpos, forrados com serragem e em condições de temperatura controlada.” Há ainda o argumento emotivo pseudo-racional “Se não forem usados animais serão usados o que? Você preferiria que se utilizassem crianças?”

A verdade é que a experimentação animal não é nem pode ser uma ciência com ética. Primeiramente porque, embora a experimentação animal seja praticada no contexto acadêmico, ela não pode ser defendida em termos científicos. Em segundo lugar, não há nenhuma racionalidade em argumentar que, porque animais experimentais são melhor tratados hoje do que eram 10, 20, 30 anos atrás, hoje eles recebem tratamento ético.

Diferente da ética envolvendo a experimentação com seres humanos, animais vivos jamais se oferecem para participar de experimentos. Animais não podem se candidatar a participar de experimentos, eles não podem ser informados em relação aos riscos envolvidos nem podem desistir de participar da pesquisa a qualquer tempo. Pelo contrário, sua participação é forçada e invariavelmente resulta em prejuízos para o animal, senão durante os procedimentos, ao fim, com sua morte.

Em uma comparação com seres humanos, animais de laboratório são tão vitimas quanto o foram as vitimas dos experimentos nazistas, ou das pesquisas sobre sífilis envolvendo negros americanos, ou qualquer outro experimento que utilizou seres humanos sem considerar seus interesses individuais.

A ética que aplicamos aos animais não pode ser diferente da ética que aplicamos aos seres humanos. Caso possuamos uma ética distinta para lidarmos com seres com sentimentos semelhantes estaremos incorrendo em discriminação. Nazistas certamente sabiam que suas cobaias tinham sentimentos e interesses particulares, mas eles ignoravam seus direitos mais básicos com base em uma auto-atribuída noção de superioridade. O mesmo em relação a doutores brancos que utilizaram como cobaias negros.

Todo o problema se encontra na noção de que o outro (o negro, o cigano, o judeu, a mulher, o animal), embora tenha sentimentos e interesses particulares, goza de menos direito simplesmente por ser considerado (por parâmetros nada racionais) inferior. Nesse caso a ética aplicada a seres superiores não parece fazer sentido quando aplicada a seres inferiores.

Todo organismo senciente tem interesses, e independente de quais sejam os interesses individuais particulares de cada espécie, todas partilham um interesse comum que é o de fugir ao sofrimento e à morte e buscar uma sobrevivência compatível com sua natureza.

O confinamento de animais ou sua utilização para finalidades distintas daquelas para as quais o animal naturalmente se desenvolveu, sua submissão, seu subjugo, a aplicação de qualquer ação prejudicial ao indivíduo que seja, vão de encontro aos interesses desse animal enquanto indivíduo.

Nenhum defensor da experimentação animal ousa afirmar que animais não sentem nem tem seus próprios interesses. Pelo contrário, eles reconhecem que animais sentem, mas que esses sentimentos podem ser negligenciados em favor do bem de um ser superior, no caso, o ser humano. Pois não é esse mesmo raciocínio, o da crença da superioridade de um grupo perante outro grupo, que leva muitas vezes à negligência dos direitos humanos?

Portanto para a pergunta: “Pode a experimentação animal ser considerada ética?” a resposta é obviamente não, pois o único caso em que ela poderia ser considerada ética (se animais pudessem entender os propósitos do experimento, conhecer os riscos envolvidos, pudessem assinalar a vontade de participar e pudessem desistir do experimento a qualquer momento) é impossível de ocorrer.

Quando tratamos de seres humanos como cobaias involuntárias, os argumentos utilitaristas de “prováveis benefícios” não tem lugar. Não nos interessa que poucos precisaram ser sacrificados para o benefício de muitos, pois a utilização de cobaias involuntárias contraria direitos individuais.

O questionamento em relação à ética que envolve a experimentação animal está acima de qualquer questionamento em relação à adequação da metodologia ou em relação à finalidade do experimento. Da mesma forma que em relação à pesquisa ética envolvendo seres humanos, ela é muito anterior e mais urgente.


Sérgio Greif - sergio_greif@ yahoo.com

Biólogo, mestre em Alimentos e Nutrição, membro fundador da Sociedade Vegana, autor de livros, artigos e ensaios referentes à experimentação animal, aos métodos substitutivos ao uso de animais na pesquisa e na educação, à nutrição vegetariana, ao modo de vida vegano e aos direitos animais, entre outros temas.

APOIE AS CAMPANHAS SENTIENS PELOS ANIMAIS

Criação da 1ª Promotoria de Defesa Animal
http://www.sentiens .net/promotoria- de-defesa- animal/peticao

Contra a liberação dos maus-tratos aos animais
http://www.sentiens .net/liberacao- maus-tratos/ peticoes

Não quer matar animais no seu curso?

Não quer matar animais no seu curso?

Conheça a Objeção de Consciência!
Alguns cursos como Biologia, Medicina Humana ou Veterinária, Nutrição, Odonto, Farmacologia e outros, ainda exigem o uso prejudicial de animais. Se você não sabia que tal uso de animais fazia parte de seu currículo, e se você percebe que tal uso entra em conflito com suas convicções pessoais, então esta parte do site poderá lhe ser muito útil.

Além de você poder contar com nossa ajuda através de e-mail, os textos de apoio aqui disponíveis poderão lhe dar uma boa idéia de como expor sua objeção com clareza e criatividade, além de ter uma idéia de como a lei se posiciona diante deste uso.

Garantir métodos e abordagens substitutivos humanitários ao uso prejudicial de animais não é sempre fácil, mas existe um crescente número de professores que reconhecem a liberdade de consciência dos estudantes, e que também procuram por uma educação humanit ária de alta qualidade.

Como proceder com sua objeção? Solicite formalmente sua objeção! Veja como em http://www.1rnet.org

Responsáveis pelo site

Róber Bachinski
Biólogo
rober.bachinski@gmail.com

Thales de A. e Tréz
Biólogo e professor do Depto. de Ciências Humanas
Universidade Federal de Alfenas - UNIFAL-MGCoordenador da 1R
thales@unifal-mg.edu.br